terça-feira, 23 de junho de 2009

O mundo de Óz


A arte... a vida, uma maravilha.
Um ciclone.... fim de um tempo, promessa de um novo.
Fantasia e realidade... um espaço fantástico!!!
Uma linha do tempo... um mundo possível..
Uma estrada de tijolos amarelos.
Somos uma Dorothy... em busca do caminho de casa.
Somos um Leão... em busca de coragem.
Somos um Espantalho... em busca de um cérebro.
Somos um Homem de Lata... em busca de um coração.
Desejos contraditórios em busca de uma verdade.
O mágico... Ah, o Mágico!!!
Um olhar para si mesmo... uma viagem interior.
Assim... em algum lugar além do arco-íris,
Vôa a liberdade.
E os sonhos que você sonhou,
Se tornam realidade.
E eu penso comigo: Que mundo Maravilhoso!!!
OBS: Release para o Concurso It's #8 - Categoria Acessórios - YKK
Fotografia: "Google"

O Processo Criativo como a “Baba Antropofágica” de Lygia Clark


Segundo a filosofia de Aranha (1993, p. 345 e 348), a arte “é a percepção da realidade na medida em que cria formas sensíveis que interpretam esse mundo”. Seja qual for a experiência ou contexto, o homem enquanto ser consciente e sensível, terá a cultura como “referência a tudo o que o indivíduo é, faz, comunica, à elaboração de novas atitudes e novos comportamentos e, naturalmente à toda possível criação”.
Considerando o pensamento de Ostrower (1978, p. 11 e 12), o homem nasce e cresce, vivenciando e adotando comportamentos através de padrões culturais, históricos e conseqüentemente, coletivos. Deste modo, “desenvolverá enquanto individualidade, seu modo pessoal de agir, seus sonhos, suas aspirações e suas eventuais realizações”. Na obra de Lygia Clarck nota-se a temática do corpo coletivo como uma vivência de troca de informações entre as pessoas, como um entrelaçar de idéias individuais que criam um subjetivo novo.
Ao questionar e interpretar o mundo em que vive, o homem lança mão da imaginação, seja ela livre ou construtiva. A primeira, geralmente fantasiosa e não dirigida, contrapõe a imaginação construtiva , que representa um esforço consciente de criar um “produto” com vistas a que outros vejam, ouçam ou sintam as sensações e imagens que o próprio artista experimentou.
Analisando o processo criativo como uma projeção de imagens vê-se o potencial criador do homem surgir na história como um fator de realização e constante transformação, afetando o mundo físico, a própria condição humana e os contextos culturais.
Nietzsche ao abordar tal tema, diz do homem como criador de novos valores, sendo necessário destruir valores antigos e reelaborá-los. Desta forma se faz revelar um dos trabalhos de Lygia Clark: A Baba Antropofágica(1973). Nessa experiência sensorial, uma pessoa passa um carretel de barbantes na boca e solta passando a outras pessoas que acabam por engolir e misturar com sua própria baba. Essa experiência explica – através de uma metáfora - o ato de reinventar algo, ou seja, da criação nascendo de uma conjunção de referências pessoais, de uma corrente que se auto-consome.
O processo criativo abrange, portanto, a capacidade de compreender, relacionar, ordenar, configurar e significar, resultando em formas concretas traduzindo-se assim, em qualquer tipo de expressão esteticamente orientada transformada em símbolos e imagens visuais, verbais, cinestésicas, auditivas ou olfativas . Nessa busca de ordenações e de significados é que reside a profunda motivação humana de criar, ressaltando aqui, toda “subjetividade” nela inclusa.
OBS: Texto para a disciplina de Moda, Sociedade e Realidade do curso de Pós Graduação de Direção de Criação em Moda pela FAAP.
Fotografia: Lucas Samaras, Autopolaroids, 1969 - 1971